29 de Abril de 2020,11h00
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Que o brasileiro adora um cafezinho, isso a gente já sabe. Mas você já parou para pensar no impacto ambiental que esse hábito gera? O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) comparou a quantidade de lixo gerado por diferentes métodos na hora de fazer a bebida e concluiu que, no Brasil, apreciar uma boa xícara de café preparado por cápsula pode ser até 14 vezes mais prejudicial ao meio ambiente do que o filtrar em um coador.
A pesquisa considerou as embalagens dos cartuchos, tradicionalmente feitos em alumínio e plástico. Por sua vez, os coadores são constituídos 100% de fibra de celulose. Por ano, um indivíduo desprezaria cerca de 2,6 kg de rejeitos com as cápsulas, contra apenas 183g de papel nos filtros, capaz de resultar 10 cafezinhos. Ou seja, o volume de impurezas constituídas pelas capsulas é muito mais abundante.
No entanto, esse fator não é o único que torna o coador mais benéfico no quesito ambiental.
“O papel é um recurso biodegradável e renovável. Ele não poderia ser reciclado, nesse caso, porque teria resíduos em grande quantidade, mas poderia passar pela compostagem junto com o próprio resíduo de café e gerar adubo, ou outros compostos orgânicos. Já alumínio e plástico não são recursos renováveis. Caso não sejam reciclados, levam muito tempo para se decompor junto ao resíduo comum, além de ocuparem espaço em um aterro, por exemplo”, explica Cláudia Teixeira, pesquisadora e chefe do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT.
Quando o assunto é o descarte correto, o filtro tradicional ganha mais um ponto. Produzir papel de madeira de reflorestamento acarreta um desperdício menor de energia. De acordo com o relatório, estima-se que para uma tonelada fabricada há o gasto de 7,7 MWh de carga e geração de 22 kg de resíduos. Para uma tonelada de alumínio, são consumidos 276 MWh e 183 kg de detritos resultantes.
O consumo da bebida por meio de cápsulas tem crescido consideravelmente no mundo. Em uma tentativa de reduzir esses impactos, algumas marcas dispõem de sistemas de logística reversa, possibilitando que os clientes possam depositar os objetos em suas próprias lojas e trocar por novas. “Além de disponibilizar o sistema, o fabricante precisa informar ao consumidor o que fazer para descartar. É responsabilidade dele levar os materiais até os pontos de coleta. Sem a informação e sem o incentivo para descartar corretamente, as cápsulas acabam no resíduo comum”, declara a pesquisadora.
Fontes: Ciclo Vivo, IPT
Texto produzido em 12/12/2019
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