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Saiba tudo sobre a reciclagem do papel

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Papéis compactados para o processo de reciclagem. Foto: Siwakorn1933 / Shutterstock.com

O Brasil é um importante produtor de papel e aparece no 2º lugar do ranking da produção mundial de celulose.

Além de abastecer o mercado doméstico, exporta o produto principalmente para países da América Latina, União Europeia e América do Norte, tendo quase 67% da sua produção voltada para o mercado de exportação.

Sua fabricação tem origem em áreas de reflorestamento, técnica que garante que o recurso seja renovável. Esse tipo de produção tem o nome de manejo sustentável.

Em seus primórdios, o principal impacto ambiental da fabricação do papel estava associado a derrubada de árvores e à devastação de florestas nativas.

Com o passar do tempo, o setor passou por modernizações que incluíram o avanço de práticas sustentáveis nos processos de produção.

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Exemplo de área de reflorestamento seguindo a prática do manejo sustentável. Foto: Recicla Sampa

Manejo sustentável

Para saber se o papel é confiável e veio de uma área sustentável basta conferir alguns selos na embalagem, como o FSC, sigla de Forestry Stewardship Council, que em português significa Conselho de Manejo Florestal.

Resumidamente, o processo consiste em replantar árvores que serão usadas para confecção do papel. Esse tipo de modelo não só recupera espaços antes degradados, como reduz os impactos ambientais e ajuda a preservar e conservar a fauna e a flora.

O manejo sustentável ainda preserva o solo e as nascentes de rios, é fonte de energia renovável e contribui para a redução das emissões de gases do efeito estufa.

Indústria Brasileira de Árvores e o Manejo Sustentável

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria.

De acordo com a entidade, o manejo sustentável é a forma mais ambientalmente correta para a produção do papel.

Segundo a Associação, 100% do papel produzido no Brasil tem origem de árvores plantadas. Isto é, o setor no país não tem nenhuma relação com o desmatamento ilegal.

O papel é produzido com base em fibras de celulose de árvores cultivadas para esse fim, plantadas, colhidas, rebrotadas, em um ciclo renovável e sustentável. Portanto, o papel reciclado tem origem nas árvores cultivadas para fins industriais.

“Florestas plantadas são fortes aliadas no desenvolvimento de produtos renováveis e sustentáveis, pois são recursos naturais renováveis, com potencial para ser fonte de uma nova geração de produtos e subprodutos inovadores, sustentáveis e biodegradáveis, capazes de substituir substâncias não-renováveis e itens de uso único. O setor de papel e celulose possui um balanço de carbono positivo, o que significa que as florestas plantadas e nativas capturam mais CO2 da atmosfera do que o setor industrial emite com as suas operações. Desta forma, contribui positivamente com a redução do aquecimento global”, conta Carlos Mariotti, gerente executivo de política industrial da Ibá.

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Thaíde conversa com Ednaldo Gomes da Cooperativa Chico Mendes sobre reciclagem de papel. Foto: Recicla Sampa

Reciclagem

Se a produção utiliza o manejo sustentável, por quê devemos reciclar o papel? É uma lógica simples: quanto mais papel é reciclado, menos madeira é usada para a produção de novos produtos, ou seja, um número menor de árvores é derrubado. Tudo é um ciclo.

Sem falar que quase metade do papel vai parar em aterros sanitários. Lá, ele pode demorar muito mais tempo para se decompor e liberar um gás poluente chamado metano, um dos causadores do aquecimento global.

Apesar de ser benéfico para a natureza, a cada reciclagem o papel vai perdendo sua qualidade. Para mantê-la, é necessário conservar o comprimento das fibras da celulose. Dessa forma, quanto mais vezes o papel passar pela reciclagem, mais curta serão suas fibras.

Estima-se que o papel pode ser reciclado até cinco vezes e o produto final é útil para quase qualquer fim, exceto o armazenamento de alimentos e bebidas. Para isso, o papel precisa ser virgem.

Reciclagem e o cenário nacional

Segundo o presidente executivo da Associação Nacional dos Aparistas de Papel (ANAP), Pedro Vilas Boas, a reciclagem do papel é praticada no Brasil desde o início do século passado. Em média, se recicla por ano, cerca de 5 milhões de toneladas do material de todos os tipos. "Isso movimenta o emprego de mais de 29 mil pessoas", conta.

O presidente da ANAP explica que a reciclagem do papel não é infinita, sempre será necessário a entrada de papel de fibra virgem na produção do material. "O importante é esclarecer que o papel virgem também é ambientalmente sustentável".

Segundo o executivo, a pandemia tem prejudicado bastante o mercado da reciclagem do material, pois alguns grandes fornecedores, como por exemplo, shoppings centers foram fechados durante o isolamento social.

"Devido a isso deixamos de coletar uma grande quantidade de caixas de papelão ondulado". Além disso, várias cooperativas e sistemas de coleta seletiva foram interrompidos, o que causou bastante perda para o comércio reciclador.

Já a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) afirma que o Brasil figura entre os principais países recicladores de papel do mundo, com 5,1 milhões de toneladas retornando para o processo produtivo em 2018. A taxa de recuperação estimada é de 68%, de todo o papel consumido. Considerando só o papelão ondulado, esse índice fica em torno de 85%.

Este percentual de recuperação é bastante expressivo e coloca o país bem acima da média mundial. Outros países, por exemplo, queimam parte do produto ou vendem as sobras para exportação.

De acordo com Carlos Mariotti, gerente executivo de Política Industrial da Ibá, são quase 5 mil produtos e subprodutos advindos do papel. "São embalagens de papel, móveis (painéis), pisos lâminados, livros, documentos, fraldas e agora no cenário pandêmico, as máscaras cirúrgicas e as roupas especiais de hospitais”, conta Carlos.

"A reciclagem é uma realidade e etapa importante da cadeia, sendo matéria-prima de algumas embalagens em até 30%. O Brasil figura entre os principais países recicladores do mundo e internamente este é um dos materiais com mais altos índices de reciclagem”, enfatiza.

Estima-se que de todo o resíduo que é enviado para aterro, 12% ainda é papel. Apesar de ser um índice pequeno é um volume que poderia ser destinado de volta para a economia e para a recuperação, fortalecendo a economia circular e reduzindo a pegada de carbono de toda a nação, segundo a Ibá.

A ampliação das taxas de recuperação depende do envolvimento de todas as esferas, desde o consumidor que precisa dar a correta destinação para suas embalagens, quanto as prefeituras e concessionárias de resíduos urbanos precisam oferecer ampliação da cobertura desse serviço, principalmente, da coleta seletiva.

Para que haja a ampliação das taxas de recuperação, o trabalho começa dentro da casa das pessoas, com o correto descarte, separando os papéis de produtos oleosos, limpando e secando outras embalagens.

Muitos produtos de papel, que poderiam ser reciclados, não são destinados para este fim e acabam nos lixões comuns.

Por exemplo, aquela caixa da embalagem de bombom que tem uma origem sustentável, pode e deve ter uma destinação correta, assim como caixas de leite, caixas de pizza (com atenção para as partes engorduradas, que não podem ser misturadas ao material reciclável) e outros produtos que estão no dia a dia e tem potencial para retornar à cadeia produtiva.

“As empresas ajudam nesse processo, não só investindo no seu parque fabril, mas também em educação social e ambiental das comunidades do entorno da sua operação, quanto em cooperativas de catadores”, conclui Mariotti.

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Processo de reciclagem de papel. Foto: Recicla Sampa

Processo de reciclagem

Papéis coletados, normalmente, estão misturados com outras substâncias – na impressão de logotipos, como adesivos. Na primeira etapa do processo de reciclagem, o material coletado é triturado e forma uma espécie de pasta de celulose, que é peneirada com o objetivo de retirar todas impurezas.

A retirada de componentes da pasta da celulose é realizada com a inserção de outros compostos químicos, como água e soda cáustica. Os refinadores utilizados fazem o processamento da pasta para melhorar a ligação entre as fibras de celulose, realizando o branqueamento do material. Depois, a pasta segue para as máquinas produtoras de papel.

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Exemplos de papel. Foto: Recicla Sampa

Tipos de papel

Existe muita tecnologia por trás do papel reciclado, mas para que esse ciclo funcione é preciso fazer a separação desse material em casa. Existem vários tipos de papéis em nossa rotina, sendo que a maioria é reciclável.

Os papéis de impressão, por exemplo, como sulfite, A4, folhas de revista e jornal são recicláveis. Já o de embalagens feito para confeccionar caixas e sacolas também seguem para a coleta seletiva, assim como o papel cartão (material do papelão), que é utilizado para embalar chocolates, cosméticos, medicamentos e fast food.

Porém, existe uma categoria que pode ser descartada diretamente no lixo comum: os papéis não recicláveis, como os utilizados para fins sanitários: papel higiênico, guardanapo e os especiais, como o autoadesivo, filtro de café, papel carbono e vegetal.

Evite deslizes

De acordo com Ednaldo Gomes, consultor fiscal da Cooperativa Chico Mendes, papelão, papel para imprimir, escrever, jornais, miolos de caderno, revistas, caixas, saco de papel e papel cartão são todos recicláveis. "Para a reciclagem, o papel precisa estar seco", conta.

Papel úmido, manteiga, moeda, carbono, higiênico e filtros de café não servem para reciclagem.

A separação correta do material é de extrema importância para que ele retorne ao seu ciclo produtivo como matéria-prima de maneira eficaz.

Existem alguns deslizes que devem ser evitados na hora do descarte para não correr o risco de inviabilizar o processo:

Após a separação, coloque o saco de resíduos em frente à sua casa, próximo ao horário que o caminhão de coleta reciclável passará.

Saiba os horários aqui. Se desejar, leve ao ponto de coleta mais próximo. Clique aqui para pesquisar.


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