02 de Julho de 2020,11h00
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Os moradores de Kamikatsu, uma cidade montanhosa na ilha de Shikoku, no sudoeste do Japão, precisam separar o lixo em 45 categorias diferentes. No centro de coleta de materiais do município, há caixas separadas para depósito de produtos, como jornais, revistas, tampas de metal, garrafas de plástico, latas de alumínio, latas de aço, lata de spray, lâmpadas fluorescentes e outras subdivisões.
Antes dessa iniciativa, Kamikatsu eliminava o lixo jogando na natureza ou queimando os resíduos. Porém, a incineração produz uma grande quantidade de gases que podem causar o efeito estufa. Diante disso, a população decidiu se unir e mudar a forma como davam um fim a seus resíduos. Então, desde 2003, a cidade procura seguir o conceito “Desperdício Zero”.
Os moradores contam que o começo foi muito difícil, pois lavar e separar o lixo era uma tarefa monótona e demorada. Garrafas de vidro devem ser separadas de suas tampas e classificadas por cor; garrafas plásticas de molho de soja (shoyu) e óleo de cozinha devem ficar separadas das garradas PET e qualquer plástico ou papel envolvendo os recipientes devem ser retirados. Jornais e revistas precisam ser organizados em pacotes limpos e amarrados com um fio.
Para aumentar o desafio, a cidade não conta com caminhões para fazer a coleta de lixo nas casas, então as próprias pessoas precisam levar os resíduos para o centro de reciclagem. No local, os trabalhadores do ecoponto sempre fiscalizam os materiais para saber se foram separados corretamente. Em caso negativo, eles descartam no recipiente correto.
Outros materiais como roupas usadas, joias e itens que os habitantes não usam mais são deixados em uma loja de reciclagem e trocadas por produtos deixados por outras pessoas, sem nenhum custo.
Próximo ao local, há uma fábrica onde mulheres confeccionam artesanato com materiais descartados. Quimonos velhos, por exemplo, podem ser transformados em ursos de pelúcia.
Antes, o que era uma grande obrigação para a população, hoje é um estilo de vida. Os moradores de Kamikatsu começaram a olhar para o lixo de forma diferente e se tornaram mais conscientes na hora das compras. As pessoas preferem comprar mercadorias que venham em caixas de papelão, pois sabem o quanto o reaproveitamento e reciclagem do material são mais fáceis.
O pequeno município, que conta com mais de 1.700 habitantes, se tornou tão eficiente na reciclagem que apenas 20% dos resíduos produzidos vão para o aterro, mas mesmo assim eles esperam eliminar esse percentual ainda esse ano.
Fonte: Público
Texto produzido em 11/03/2020
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