28 de Setembro de 2020,12h00
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O Brasil reciclou cerca de 311 mil toneladas de embalagens PET em 2019. Isso significa que 55% dos produtos descartados pela população seguiram para a reciclagem. O volume do ano passado foi 12% maior do que o registrado em 2018 e gerou um faturamento de mais de 3,6 bilhões de reais para a economia brasileira, o que corresponde a 36% do faturamento total do setor do PET no país.
Os dados são do 11º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, feito pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet). A pesquisa contou com a participação de 160 empresas de todo o país. Os participantes se resumem a 22% de recicladores, 70% de aplicadores, que são empresas que adquirem e utilizam o PET reciclado em seus produtos, e 8% integrados, aqueles que fazem a reciclagem e também utilizam o material na fabricação de itens que retornam ao mercado.
“O crescimento em 2019 é reflexo do fortalecimento da economia circular, composta por uma indústria diversificada, que utiliza o PET reciclado em seus produtos. A criação dessa cadeia, feita ao longo de 20 anos, resulta em uma demanda consistente, que cria valor à reciclagem do PET”, afirma Auri Marçon, diretor executivo da Abipet.
Segundo o profissional, o desempenho do Brasil no setor é maior do que em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, que reciclam apenas 29% do material. Até mesmo a União Europeia, que apesar de coletar cerca de 58,2% de suas PETs pós-consumo, não costuma reciclar o material e os envia, grande parte, para países mais pobres aproveitarem os resíduos.
Os principais consumidores de PET reciclado no Brasil são os fabricantes de garrafas, representando 23% dos interessados. Em seguida, está a indústria têxtil, com 22%. Como já mostrado em reportagem do Recicla sobre reciclagem de tecidos, com a inovação tecnológica, muitas roupas podem ser feitas do mesmo material de embalagens PET (peças de poliéster). Em terceiro lugar, encontra-se a indústria de laminados e termoformados (produção de bandejinhas, por exemplo) com 17%, em quarto, com 15%, em último vêm a indústria química e as de fita de arquear, com 10%.
A pesquisa realizada pela Abipet também mostrou que existem dificuldades na coleta do material, por isso, as empresas recicladoras trabalham, em média, apenas com 30% da capacidade. Isso significa que a indústria está pronta para receber e absorver um eventual crescimento da reciclagem pelos próximos anos.
Para o diretor da Abiplast, esse aumento só será possível quando houver a construção de grandes centros de triagem para separar os materiais recicláveis, o crescimento da coleta seletiva e o aumento do número de cooperativas de catadores.
“Somente essas iniciativas, associadas ao descarte correto feito pelos cidadãos, serão capazes de abastecer as linhas de reciclagem. Precisamos impedir que as embalagens continuem sendo enterradas em lixões e aterros, resultando em um desperdício de matéria-prima que poderia ser muito útil à sociedade, gerando emprego, renda e, obviamente, preservando o meio ambiente”, conclui.
A pandemia da Covid-19 afetou economicamente alguns setores no mundo. Não muito diferente da realidade atual, entidades estão preocupadas com a queda do crescimento da reciclagem do material em 2020.
O isolamento social, apesar de ser necessário, trouxe um risco na redução da coleta, diante da interrupção de algumas atividades de catadores, suspensão de funcionamento de cooperativas e outros fatores.
Entre as indústrias recicladoras, a situação pode ser um pouco menos crítica, pois as empresas, geralmente, formam um estoque de matéria-prima do produto suficiente para processar durante meses.
Fonte: Embalagem Marca
Texto produzido em 13/08/2020
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