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Pinguim morre por conta de máscara facial descartada no litoral de SP

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A ave foi encontrada dois dias depois do feriado. Foto: Divulgação

A preocupação das lotações das praias durante o feriado prolongado de 7 de setembro não se restringe apenas a proliferação do Coronavírus. De acordo com o Instituto Argonauta, as consequências do grande número de pessoas que estiveram nas praias do Litoral Norte paulista (Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela) não pararam de aparecer. Por exemplo, o descarte incorreto de máscaras custou a vida de um pinguim da espécie Pinguim-de-Magalhães, que possuía no interior de seu estômago uma proteção facial de tecido.

A ave foi encontrada dois dias depois do feriado (em meio à pandemia), no dia 9 de setembro. A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMB-BS) do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha foi chamada para recolher o animal morto na Praia de Juquehy, em São Sebastião. Segundo o grupo técnico, ele estava muito magro e com muita areia pelo corpo.

Todas as espécies mortas que são recolhidas pela instituição são encaminhadas para necropsia com a finalidade de identificar a causa da morte. Os resíduos, em geral, é a causa mais frequente apontada nos exames.

O presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, orienta sobre o descarte desses resíduos comuns da pandemia: máscara e luvas.

"Nós sentimos que a falta de educação da população que frequenta o litoral norte em relação à questão de resíduos precisa ser trabalhada de forma eficiente em todos os níveis, desde criança nas escolas, ainda com a criação de legislação mais rígida para evitar que as pessoas joguem lixo em qualquer lugar. Também são necessárias políticas de fiscalização que coíbam com multa, e ainda a colocação de lixeiras. O impacto não é somente na fauna, mas também na saúde e na economia, porque tem que limpar a sujeira que as pessoas deixam. Está se tornando um problema crônico e de grande impacto”, disse o oceanógrafo.

O profissional trabalha há 23 anos com a reabilitação dos animais que aparecem nas praias e apresentam problemas. Ele afirma que esses "novos lixos" oriundos da pandemia (máscaras e luvas) são uma ameaça. Embora o isolamento social tenha reduzido o volume de resíduos quando diminuiu o fluxo de pessoas na praia, agora o local se torna um pouco mais perigoso devido a esses materiais estarem possivelmente contaminados.

Além de resgatar os animais, o instituto monitora e quantifica os lixos encontrados nos mares e areias. Desde o dia 16 de abril até o dia 13 de setembro, a entidade confirma que foram encontradas mais de 113 máscaras pelo Litoral Norte. Só no dia 8 de setembro, um dia depois do feriado, foram recolhidas mais de 10 proteções faciais.

Fonte: Instituto Argonauta

Texto produzido em 24/09/2020


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