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Resíduos abrem novo nicho de negócio em São Paulo

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Ideias inovadoras estão saindo do papel para poder salvar o meio ambiente e diminuir a quantidade de lixo. Foto: Freepik

A fim de diminuir o impacto do lixo na cidade de São Paulo, empresários têm investido em um novo nicho de negócio a partir da transformação de resíduos. É o caso da designer Julia Ries, criadora da Compost.ela, uma composteira residencial elétrica feita para resíduos orgânicos fabricada com material reciclado e que acelera o processo de compostagem.

Com um metro de altura, a invenção processa até 17 litros de material orgânico, levando um dia para reduzir o volume do resíduo em até 70%. Com essa quantidade, o produto é ideal para casas de três a cinco pessoas. O composto orgânico (adubo) gerado pode ficar armazenado na gaveta da máquina por até 24 horas.

“Minha proposta era criar um eletrodoméstico que transformasse resíduo orgânico em adubo em um dia e que não tivesse uma cara de lixeira do futuro”, contou Julia em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Hoje, a empresária desenvolve a parte mecânica de sua criação em um programa de empreendedorismo da Red Bull, no centro de São Paulo. Julia está em busca de parceiros no setor do varejo e pretende vender a composteira por meio de uma loja online e redes sociais por um preço em torno de 1.800 reais.

Dentro do mesmo programa, uma outra iniciativa tem chamado a atenção. Trata-se da Organic Life, um biodigestor que usa resíduos orgânicos para produzir biogás e fertilizante. A empresa pertence à gestora de projetos Juliana Silva e ao catador de materiais recicláveis Cleiton Emboava. A máquina pode ser utilizada tanto em ambientes urbanos como rurais. De acordo com os inventores, esse gás poderá ser utilizado por cooperativas em suas rotinas, como nos fogões de cozinha, por exemplo.

Assim como a gestão dos resíduos orgânicos, os recicláveis também estão formando novos negócios. É o caso da Molécoola e a Boomera, em que o foco é transformar os materiais em outros produtos.

Fundada pelo administrador Rodrigo Roessler, a Molécoola incentiva a reciclagem no município por meio de um sistema de pontos. O cliente leva os resíduos recicláveis limpos (pode ser plástico, vidro, papel, baterias e equipamentos eletrônicos) a uma de suas “lojas-contêineres” e, através de um aplicativo, ganha pontos que podem ser substituídos por produtos, serviços e descontos, como créditos de Bilhete Único e materiais de limpeza.

O empresário consegue essa movimentação por meio de parcerias e também pelo dinheiro recebido pelo material reciclável que ele vende para grandes recicladoras. Atualmente, a Molécoola conta com nove lojas espalhadas pelo estado de São Paulo, sendo sete na capital (confira aqui os locais).

Recentemente, a companhia finalizou um programa de aceleração na Estação Hack do Facebook e participa agora do Gerdau Builder, projeto de aceleração da empresa.

Destinar corretamente os recicláveis e gerar novos produtos também é o objetivo da Boomera. Criada pelo engenheiro de materiais Guilherme Brammer, trata-se de uma fábrica na cidade de Cambé, no Paraná, que transforma o resíduo plástico do litoral paulista em embalagens de produtos de limpeza. Com seu conhecimento na Política Nacional de Resíduos Sólidos, ele usa sua expertise para dar consultoria a empresas.

Brammer disse que apesar de não haver interesse na logística reversa em larga escala no país, ele acredita que ainda é possível ter esperança para projetos sustentáveis.

“Comparado a tudo que o ambiente está sofrendo, alguns projetos de reciclagem estão saindo do papel.”, contou em entrevista ao Estadão.

Responsabilidade

A ambientalista Mônica Borba, coordenadora do Instituto 5 Elementos, que promove a educação para a sustentabilidade, analisa o setor com ceticismo. “Há uma corresponsabilização entre iniciativa privada e governos federal, estadual e municipal e, com isso, tem sido difícil responsabilizar a iniciativa privada”.

Ela explica que há uma logística equivocada no mercado: empresas que mais geram resíduos não são oneradas por isso. “Tudo o que é descartável deveria ser mais caro, mas os lobbies de setores como o da indústria química tornam difícil essa diferenciação de preços”, afirmou ao jornal.

Outro entrave apontado é o desconhecimento das pessoas sobre a coleta seletiva. “Boa parte da população não sabe que o caminhão da coleta seletiva passa toda semana em São Paulo e não separa o seu lixo por isso”, diz ela (clique aqui para saber os dias da coleta). Além disso, vale destacar que há aproximadamente 1.500 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) espalhados pela cidade para receber os resíduos recicláveis direto do consumidor.

Fonte: Estadão

Texto produzido em 14/11/2019


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