12 de Agosto de 2020,12h00
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Minúsculos no tamanho, mas grande no consumo, os microlixos são aquelas pequenas embalagens que consumimos na rotina e que cabem na palma da mão. Sejam embrulhos de chocolate ou salgadinhos, algumas pessoas que separam o lixo em casa não têm certeza se esses resíduos são aproveitados na reciclagem.
“As vezes, tenho dúvidas se devo jogar na lixeira dos recicláveis ou na comum, pois não tenho certeza se embalagens tão pequenas são utilizadas no processo de reciclagem”, admite Cynthia Matsumoto, moradora do bairro de Interlagos, zona sul de São Paulo, que separa o lixo em casa há sete anos.
De acordo com Lúcia da Silva, profissional da Cooperativa Central Tietê, embalagens de bala, bombom e salgadinhos que a população consome não virarão produtos reciclados, pois não há compradores no setor da indústria de reciclagem para esse tipo de material. “Quando chega esse microlixo para nós, infelizmente, temos que separar e colocar na lixeira comum que segue para o aterro sanitário”, explica a cooperada.
Os locais que recebem os lixos da população brasileira, os aterros sanitários, já estão em situação de sobrevida e cada vez mais é preciso encontrar novas soluções para o destino do lixo, inclusive os pequenos resíduos.
Uma única embalagem de plástico que envolve uma bala demorará cerca de 400 anos para se decompor no aterro. A solução mais rápida para amenizar esse problema é colocar em prática os 5Rs da sustentabilidade: repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar. No caso dos microlixos repensar e recusar são as práticas mais eficazes para não gerar resíduos que não podem ser reaproveitados.
Repensar as marcas de balas, chicletes e bombons que utilizam minúsculas embalagens é uma boa saída para não gerar pequenos lixos. É preferível optar por produtos que são embalados em pacotes de papel, alumínio ou metal, assim é mais garantido que acontecerá a reciclagem do material após o uso.
Recusar gerar pequenos lixos também é uma opção que vale a pena. É o caso daqueles
papeizinhos gerados nas máquinas de débito e crédito. Eles não são recicláveis e podem ser evitados se o consumidor não aceitar a impressão da segunda via. Saiba mais aqui.
O professor da Universidade Metodista e consultor na área de saneamento e resíduos sólidos, Carlos Henrique de Oliveira, afirma que o primeiro aspecto para saber se esses microlixos são recicláveis é ler as informações no rótulo. Facilita ainda mais se a embalagem tiver aquele símbolo com três setas apontando uma para outra, sinal da reciclagem.
O ícone significa que todos os itens daquela embalagem podem ser reciclados, incluindo as pequenas peças, como tampas de garrafas pet, iogurte ou outros produtos. “Essas informações devem vir no rótulo e são de responsabilidade do fabricante, de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Se não tiver esse símbolo, recuse ou procure algum outro produto que tenha. O importante é garantir que ele seja reciclável e vá para a lixeira dos reutilizáveis”, finaliza o professor.
Parece que não faz diferença pelo tamanho, mas juntos, os pequenos lixos podem causar grandes impactos. Se lançados fora da lixeira, em espaços públicos, os microlixos causam transtornos, pois entopem bueiros e agilizam o alagamento das ruas em dias de muita chuva.
Texto produzido em 12/11/2019
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