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Conheça as empresas que reaproveitam resíduos de difícil reciclagem

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Algumas recicladoras encararam os materiais considerados complexos para reciclagem e estão os reaproveitando. Foto: Boomera / Facebook

Algumas empresas resolveram encarar o desafio de transformar resíduos considerados de difícil reciclagem, como embalagens de salgadinhos, refrescos, cápsulas de café e até mesmo fraldas e absorventes, e os estão reciclando. Os produtos estão sendo recolocados para o mercado consumidor e transformados em outras utilidades. Cápsulas de café viram vasos de planta, absorventes e fraldas são usados para fabricar cabides, lixeiras e outros itens.

A empresa brasileira Boomera, por exemplo, é uma recicladora que faz esse tipo de serviço desde 2012. Com instalações industriais em Cambé (PR), Guilherme Brammer, CEO, afirma que a companhia trabalha em duas frentes: como prestadora de serviço de reciclagem para multinacionais que os contratam, integrando o esquema da logística reversa, e como fornecedora de grânulos de resina reciclada para os fabricantes de produtos plásticos. Eles também produzem outras utilidades, como lonas utilizadas em fazendas para cobrir grãos e outros alimentos.

A recicladora tem em sua carteira clientes como Nestlé, Adidas, Unilever e Procter and Gamble. Produtos como as cápsulas de café da Dolce Gusto (Nestlé), por exemplo, são considerados materiais de complexa reciclagem por conter diferentes tipos de plásticos em sua composição, como como o conhecido PET e outros como PP, EVOH e PE.

Com tanto material junto, a empresa desenvolveu uma formulação para conseguir reciclar esses polímeros. Eles se tornam vasos para as mudas de café usadas nas fazendas que fornecem o produto à própria fabricante de cápsulas. A companhia também fabrica lixeiras a partir da matéria prima. A Boomera processa por mês cerca de 10 mil toneladas desse resíduo. 

A empresa também recicla fraldas e absorventes os transformando em cabides e lixeiras. O projeto ainda é experimental. No Rio de Janeiro, as embalagens coletadas no mar viram cones para aulas de educação física.

Além de ser contratada para integrar a logística reversa de multinacionais, a recicladora possui produtos próprios, como itens para a indústria e fabricação de lonas agrícolas, feitas com 70% de material reciclado. De acordo com Brammer, elas são usadas em mais de 15 mil pontos de venda, como fazendas para armazenar ou cobrir grãos e também em casas de construção. “A Boomera também aluga essas coberturas para o setor agrário em época de safra”.

A companhia mantém um laboratório dentro do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP), região metropolitana de São Paulo, onde professores e alunos fabricam novos produtos a partir da reciclagem. Atualmente, a Boomera inaugurou uma segunda fábrica recicladora na cidade de Atibaia, interior de São Paulo. 

Lá, o objetivo é colocar em prática o conceito da economia circular. O produto será coletado, pesquisado para saber a melhor forma de reaproveitá-lo, reciclado e colocado de volta no mercado de consumo.

“Estamos com um projeto com uma das maiores empresas químicas do mundo, a Dow Química, e estamos fornecendo plástico reciclável para eles produzirem polietileno”, conta.

O material é um dos mais usados na atualidade para fabricar embalagens que armazenam produtos de limpeza e outros insumos. Tantas transformações de produtos e projetos, geraram para a Boomera um faturamento de 40 milhões de reais em 2019. Esse ano a meta é dobrar o lucro.

Terracycle

Presente em 21 países, a TerraCycle é uma empresa americana que faz a transformação de resíduos de difícil reciclabilidade. Por meio de seus programas de coleta e reciclagem eles mobilizam mais de 80 milhões de consumidores em todo o mundo.

A entrega desses resíduos pode ser enviada pelo Correio para a companhia. A renda gerada com os materiais ajudará uma ONG que os próprios colaboradores podem escolher. Depois, os materiais recebidos voltam para a indústria para serem transformados.  A Terracycle está no Brasil desde 2010 e possui parcerias com empresas como PepsiCo, Avon L’Oreal e Faber Castell.  

Texto produzido em 17/04/2020


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